Sociedade Esportiva Palmeiras

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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Contradições e desapego

 Nação Palestrina.

REPUBLICANDO.

Por Vicente Criscio 3vv

Em 30 de janeiro de 2021 o Palmeiras – contra todas as previsões de um ano antes – se sagrava campeão da Libertadores da América no Rio de Janeiro após vencer o Santos no tempo normal, ter eliminado o poderoso River Plate na semi-final, e ter tido a melhor campanha do torneio.

Em 7 de março, campeão da Copa do Brasil com duas vitórias sobre o então candidatíssimo Grêmio do então Renato Gaúcho. Vitórias incontestáveis.

Entre os dois uma ida a Doha, viagem longa, logo após a conquista da América. Time joga mal contra o Tigres – que não é mais time pequeno e o patrocinador dele é uma das maiores “cementeras” do mundo – e perde numa falha individual e gol de pênalti. A segunda partida, esquece, aquilo só serve para as estatísticas.

De volta ao Brasil, um bom início de Paulista e uma final eletrizante de Supercopa em Brasília contra o rival dos últimos 3 anos (uma taça caça níqueis, é verdade) mas num jogo espetacular, com chances para os dois lados, dos dois (até então considerados pela torcida e mídia) melhores times do Brasil. Perdeu nos pênaltis.

Antes de Brasília uma viagem a Buenos Aires (aqui ao lado eu sei, mas que tem seus inconvenientes) e uma boa vitória sobre o DyJ em outra taça – Recopa – com, sejamos benevolentes, uma relevância relativa. Volta de Buenos Aires pra São Paulo, e dia seguinte vai pra Brasília. Perde a Supercopa nos penais e fica por lá. Vai ter a segunda partida da tal Recopa. Joga mal pra caramba e perde no tempo normal e perde novamente nos penais. Frustrante!

Parênteses: um grande amigo palestrino disse-me ontem que se o Luan tivesse acertado aquele pênalti, quem estaria em crise hoje era o Flamengo. Voltarei nisso mais tarde.

E cá estamos nós no Campeonato Paulista 2021. Partida contra o rival SPFC. Tomamos um vareio de bola. E perdemos.

E daí?

Há tempos…. mas muito tempo mesmo…. muito antes daquela patifaria de 2018 na final no Allianz contra o Corinthians, eu digo que o Campeonato Paulista é um campeonato com função de pré temporada para os grandes e de sustentar os pequenos do interior. Além é claro de garantir a razão da ser da FPF. Não faz o menor sentido um Palmeiras da vida, com orçamento quase bilionário, colocar jogadores em campos esburacados, e fazer no ano 12 partidas mais quartas, semi e final. Essa é a diferença de partidas que tivemos provavelmente para o Tigre na semi lá de Doha. Sem querer justificar.

Portanto o campeonato paulista, seja jogando contra rivais, seja jogando contra o querido São Bento da minha mais querida Sorocaba, deveria ser para treinar e colocar reservas e jogadores da base.

Claro, vamos jogar para ganhar e blá blá blá…. mas sem pressão. Sem frituras. Deixa o treinador experimentar formações malucas que ele treina um dia ou outro mas não vai aplicar por exemplo de forma irresponsável numa Libertadores. Deixa entrar um bom meia recém contratado como zagueiro ou lateral. O Paulista, na minha opinião, deveria servir para testes.

Claro, também, que queremos ganhar. Queremos o time jogando com vontade. Com raça. Etc…. mas não é o fim do mundo quando perdemos… aliás, no futebol vamos combinar que nunca é o fim do mundo. Mas vocês entenderam …

Então bato aqui no meu ponto. O Palmeiras tem enormes carências em poucas posições. Para quê? Para ter o melhor elenco do Brasil. Hoje esse “título” é do Flamengo, goste eu ou não!

Mas o Palmeirars tem um bom elenco sim. Para ser considerado (pelo menos por mim) o segundo melhor time do país à frente de qualquer outro (exceto o Flamengo, de novo eles). Mas o time titular. Não aquele que entrou em campo e assistiu o SPFC jogar na última sexta. Tem Weverton, Gómez, Vina, Danilo, PdP, Wesley, Veron, Rony, Veiga (crescendo) e outros. Mas precisa se reforçar. Sabemos onde.

Então para sermos os melhores do Brasil precisamos de reforços. Vamos cobrar a Diretoria. Estamos aqui num violento acordo!

Mas onde não concordo – principalmente com essa esquizofrenis nas redes sociais e nas pixações de muro – com vozes estridentes pedindo cabeça de treinador. Teve um artista inclusive sugerindo a volta do Mattos e a contratação do Renato Gaúcho. Alguém manda internar esse cidadão….

Mais ainda: precisamos a ter desapego do Campeonato Paulista. Entender que sua utilidade hoje é para treinar nosso time e experimentar jovens e jogadores da base. A Diretoria deveria (agora é tarde para 2021, mas para 2022 quem sabe) cobrar da Federação racionalidade para os grandes. Nosso Presidente sim tem que se posicionar com a altivez do cargo e do tamanho do Palmeiras no cenário do futebol e cobrar racionalidade de calendário e principalmente desse campeonato paulista, já tratado por ele mesmo como “paulistinha”.

Enquanto isso a torcida tem que dar paz para o treinador, comissão técnica e jogadores. Torcer e fazer sua parte. Cobrar e criticar, sim. Criar crise num time recém campeão de duas copas importantíssimas, NÃO!

Voltanto ao assunto do parênteses: imagine se o Luan, esse mesmo, acerta o pênalti naquela final. Ou Danilo. Ou antes: se a arbitragem malandra não dá a falta inexistente em Cassio naquela R38 de 2020. Hoje a cabeça de Ceni também estaria a prêmio no Rio de Janeiro.

Pois é, no futebol, torcedores vão do paraíso ao inferno em um lance… ou em menos de 30 dias.