Nação Palestrina.
REPUBLICANDO.
Por Fernando Razzo Galuppo.
Quando chegamos ao Brasil para substituir a mão de obra escrava apenas com nossas esperanças, saudades e força de trabalho, éramos apátridas.
Depois, aqui afirmados, nos rotularam como carcamanos e italianinhos. Enxergavam-nos como um elemento menor na sociedade vigente. Cidadãos de segunda classe. Segregaram-nos nas escolas e espaços públicos. Entregaram a nossa sorte aos cortiços, lavouras e áreas periféricas, sem direitos e com muitos deveres.
Entre guerras, crivaram seu ódio associando-nos a regimes odiosos e totalitários. Sem sequer pertencer ao ambiente bélico que vigorava do outro lado do Atlântico, aqui, cercearam nossos direitos, identidade, língua e cultura. Caçaram nossos bens e propriedades com leis xenófobas e intolerantes. Ficharam-nos como traidores da pátria.
Na virada do século, nos trataram com escárnios de toda ordem subjugando nossos valores, tradições e grandeza. Afirmaram categoricamente que havíamos nos apequenado.
Nada se apaga no subconsciente do universo. De maneira cíclica forças obscuras, sem luz e vencidas sempre se levantam com seus discursos de ódio, generalista e senso comum para agredir uma coletividade que superou as suas adversidades com criatividade, arte, beleza e, acima de de tudo, amor.
O que é a Itália senão a união de povos multiétnicos?
O que é o Brasil senão a maior miscigenação do globo terrestre?
O que é o Palestra Itália senão a convergência de corações e sonhos juvenis em torno das cores verde e branca?
O que é o Palmeiras senão a continuidade fraterna das aspirações de nossos antepassados irmanando pacificamente duas pátrias sob o mesmo pavilhão?
O verde é as nossas vidas, sem distinção de cor, credo, raça e religião. O verde é a chama eterna que consome nossas almas. O verde não escolhe ou distingue. Ele é escolhido e acolhe. Do Oiapoque a Guarda Veneta, o Verde é indivisível. Assim será, pela eternidade.
Somos a Sociedade Esportiva Palmeiras, de tudo e todos, sempre!
